Em 2019, durante uma reunião de planejamento participativo, o sonho de internacionalizar as atividades da Agência do Bem foi traçado em suas diretrizes estratégicas. A pandemia, porém, obrigou a organização a postergar os planos para iniciar as operações fora do Brasil.
Em 2022, após a cobertura vacinal permitir a retomada do sonho da internacionalização, as ações para alcançar esse objetivo foram reiniciadas. Eliete Gonçalves, consultora membro da rede de colaboradores da Agência do Bem, recém chegada em Portugal, em Braga, por razões acadêmicas, levantou a possibilidade de pavimentar a interlocução com entidades locais – Fundação Bomfim e Human Power Hub (HPH) – sobre a possibilidade de abertura de um polo da Escola de Música e Cidadania.
Após reuniões com Alan Maia, fundador da Agência do Bem e os representantes da Fundação Bomfim e do HPH, as parcerias foram formalizadas. O passo subsequente envolvia garantir recursos para iniciar as atividades na cidade. Na busca por oportunidades de financiamento, a Agência do Bem deparou-se com o edital “Viva o Bairro”, uma iniciativa realizada em conjunto pela Câmara de Braga e a Bragahabitat que buscava iniciativas que pudessem dinamizar bairros sociais e que fossem direcionados para a comunidade cigana – grupo historicamente vítima de preconceitos e injustiças.
Foi por meio deste programa que a organização angariou recursos para inaugurar a primeira Escola de Música e Cidadania fora do Brasil, mais precisamente no bairro social do Picoto. O projeto teve início em 2023 e fornece aulas de violão, cajon e oficinas de cidadania global para crianças e jovens ciganos.
Quando questionado sobre como a experiência no Brasil poderia contribuir com as ações desenvolvidas em Portugal, o fundador da organização, Alan Maia, relatou: “Fazer o bem, bem feito, demanda estudo, testes, análises características de cada local, mas há uma expertise na Agência do Bem acumulada ao longo dos anos, que certamente será útil na replicação de nossos projetos em outro país.”
Consciente dos inúmeros desafios do processo de internacionalização, Patrícia Azevedo, vice-presidente, assumiu a liderança desta fase crucial para a Agência do Bem. “Eu estou muito entusiasmada, me sentindo bem desafiada, no melhor sentido, a avançar na estruturação dos projetos da Agência do Bem aqui em Portugal. Já temos uma agenda intensa de atividades e de reuniões para os próximos meses, novos projetos em vista. Não apenas em Braga, mas também noutras localidades, especialmente no Porto e em Lisboa”, contou.
O processo de desembarque institucional da Agência do Bem em Portugal é um marco histórico para a organização, reafirmando seu compromisso de promover cultura, música e cidadania além das fronteiras brasileiras e de disseminar sua missão para o maior número possível de crianças e jovens.